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21/05/2025 12:00
Economia

Relações entre China e EUA e os impactos em SC são tema de palestra do Núcleo de Comércio Exterior da ACIBr 3n3q67

Por Rita Lombardi 2n6z1n

 Publicado 21/05/2025 11:58  – Atualizado 21/05/2025 12:00

  • Maria Teresa Bustamante (Fotos: Divulgação)

Evento foi realizado nesta terça-feira, na sala do Sindicato Metalmecânico, em parceria com a Fiesc Regional 5c3o4p

 O Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr) promoveu, na manhã desta terça-feira, 20, em parceria com a Fiesc Regional, uma palestra com a especialista Maria Teresa Bustamante, que abordou o tema "China x EUA – desafios e oportunidades: como as relações impactam as empresas de Santa Catarina". O encontro reuniu empresários, profissionais da área e representantes de entidades, que puderam refletir sobre os efeitos das tensões comerciais globais na economia catarinense.

Maria Teresa é uma das vozes mais atuantes na pauta da internacionalização no Brasil. Atualmente, ocupa a chefia de gabinete da presidência do Sistema Fiesc, preside a Câmara de Comércio Exterior da federação e integra o General Council da ICC/WCF. Com um olhar atento ao cenário global, ela trouxe uma análise estratégica das relações entre as duas maiores potências mundiais e como essas disputas impactam diretamente nas decisões empresariais locais.

 Oportunidades à vista

Segundo Maria Teresa, apesar da disputa histórica entre China e Estados Unidos, o momento atual exige dos empresários uma postura ativa e estratégica. “Nesse novo quadro comercial do mundo, temos que enxergar as oportunidades que o produto catarinense tem. Somos um estado bastante internacionalizado, mas ainda não o suficiente. Precisamos explorar melhor os nichos que existem em vários mercados, especialmente na América Latina”, destacou.

A palestrante alertou para o fato de que muitos industriais catarinenses ainda concentram seus esforços em mercados tradicionais, ignorando possibilidades vantajosas como os países do Mercosul e os acordos da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que garantem tarifas reduzidas ou zeradas de importação. “Nossa bandeira na Fiesc é provocar o industrial a pensar fora daqueles mercados tradicionais que ele vende, porque os concorrentes internacionais, eles estão aqui, já fazem muitas vendas no mercado nacional. Precisamos reconhecer que essa concorrência externa vai aumentar cada vez mais e nós temos que buscar um equilíbrio".

 Impactos e cenários

Sobre os efeitos da guerra comercial entre China e Estados Unidos, Maria Teresa explicou que o Brasil tem relações distintas com cada uma dessas potências. Com os EUA, predominam exportações de alto valor agregado – como máquinas e equipamentos. Já a China é um destino para produtos primários e semielaborados.

"Há uma dúvida bastante forte sobre o quanto a China vai conseguir ar o mercado brasileiro, porque lá terá um excedente de produção. Neste momento, temos que entender que se mantidas as alíquotas como estão acordadas, com os Estados Unidos cobrando 30% da China, ainda assim não se espera que tenha um volume excessivo, porque os chineses têm uma capacidade muito maior de reduzir custos. O próprio governo chinês banca o subsídio de exportação. Essa tarifa de 30% americana é alta, representa custo, mas não inviabiliza a continuidade das exportações".

 Informação como estratégia

A coordenadora do Núcleo de Comércio Exterior da ACIBr, Taís Fischer Bacca, destacou que o evento teve como principal objetivo atualizar os empresários sobre os riscos e oportunidades desse cenário internacional. “Os movimentos desses países influenciam diretamente o comércio global. Um ajuste lá fora pode obrigar uma mudança estratégica aqui. Por isso, informação é essencial para reagir rapidamente e proteger os negócios”.

Taís também ressaltou a importância de decisões estratégicas baseadas em planejamento de longo prazo. “No comércio exterior, as decisões demoram a surtir efeito. Um pedido de compra hoje pode levar 90, 120 dias para ser entregue. Por isso, estar bem informado e atento aos cenários é vital para minimizar riscos".

O presidente da ACIBr, Marlon Sassi, enalteceu a iniciativa do núcleo em promover o debate sobre o tema para as empresas do setor. "Mais um evento muito importante com o selo dos núcleos setoriais da ACIBr. Esse é um dos objetivos dos nossos núcleos, proporcionar conhecimento para que nossas empresas possam crescer, aproveitar as oportunidades e, consequentemente, contribuir ainda mais para o desenvolvimento da nossa cidade e região".

O vice-presidente da Fiesc para o Vale do Itajaí-Mirim, Edemar Fischer, ressaltou os desafios das empresas no cenário atual. "Reafirmamos aqui o nosso compromisso com a competitividade da indústria catarinense. As relações entre China x Estados Unidos nos trazem grandes desafios e, como a nossa grande especialista Maria Teresa afirmou, podem nos trazer muitas oportunidades. Só precisamos ficar atentos para adequar nossas indústrias para esse mercado".

  • O presidente da ACIBr, Marlon Sassi, enalteceu a iniciativa do núcleo em promover o debate (Divulgação)

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