
Nova NR-01: um desafio invisível que pode custar caro às empresas 3f6g1c

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Alberto Gonçalves de Souza Júnior (Fotos: Divulgação)
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A atualização da Norma Regulamentadora 01 (NR-01) representa uma virada de chave na abordagem da segurança e saúde no trabalho no Brasil. Com a inclusão da gestão obrigatória de riscos psicossociais, o foco regulatório se amplia para além da integridade física dos trabalhadores, ando a exigir das empresas uma gestão ativa sobre fatores como estresse, assédio moral e sobrecarga de trabalho.
Embora a mudança traga avanços na proteção dos trabalhadores, o impacto para as empresas pode ser severo caso a adequação não ocorra de maneira estruturada e estratégica. Multas, embargos e até mesmo a paralisação das atividades estão entre as sanções previstas para os empregadores que não se ajustarem até o prazo final de 24 de maio de 2025.
Uma das grandes armadilhas dessa nova regulamentação é a possibilidade de ações trabalhistas baseadas em alegações de adoecimento ocupacional por fatores psicossociais. Até agora, questões como burnout e assédio moral eram frequentemente interpretadas como situações pontuais. Com a nova NR-01, a empresa a a ter um dever explícito de prevenção, o que pode aumentar a judicialização dessas questões.
Caso um trabalhador alegue que sua saúde mental foi impactada pelo ambiente de trabalho e a empresa não consiga comprovar a adoção de medidas preventivas eficazes, a responsabilidade recairá diretamente sobre o empregador.
Ao invés de enxergar a nova NR-01 apenas como um obstáculo regulatório, empresas que souberem agir preventivamente terão uma vantagem competitiva significativa. A implementação de boas práticas pode, além de reduzir riscos jurídicos e financeiros, melhorar o clima organizacional, aumentar a produtividade e evitar desgastes desnecessários com fiscalizações e litígios.
A adequação à norma não deve ser tratada como um procedimento burocrático de última hora, mas sim como uma estratégia de governança corporativa. Empresas que negligenciarem essa adaptação correm o risco de comprometer sua reputação, enfrentar custos inesperados e prejudicar seu crescimento a longo prazo.
Diante desse cenário, a busca por orientação especializada e a implementação de um plano estruturado são medidas essenciais para evitar riscos e garantir a conformidade com as novas exigências.
Alberto Gonçalves de Souza Júnior é advogado
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